terça-feira, 26 de janeiro de 2010

As flores e a história!

 

Essa semana lembrando do ano que passou e da última crise que nos atingiu.  Muitos não sabem, mas a primeira crise especulativa do mundo, conhecida como “crise das tulipas”  aconteceu em Amsterdã, há mais de 400 anos: as tulipas trazidas do Oriente foram adaptadas ao clima da Holanda, e as flores acabaram virando febre entre a população. Todos os europeus ficaram maravilhados com a delicadeza desta nova espécie e sonhavam em ter uma tulipa para chamar de sua, levando os bulbos (sim, as tulipas eram vendidas sem ao menos estarem floridas!!!) a serem negociados a preço de ouro, chegando a mais cara delas a ser comprada pelo equivalente a 24 toneladas de trigo.

Comprar tulipas então virou o melhor investimento da época, as pessoas vendiam seus imóveis para comprar tulipas e depois revenderem com a finalidade de enriquecer. O valor de uma tulipa cor de rosa, a Semper Augustus, subiu 300% em 1630, indo de 2 para 6 mil florins. Foram fechados contratos futuros, e o preço das tulipas batiam recordes. Até que um dia, depois de anos de valorização, houve um forte movimento e os preços das tulipas caíram como nunca. Assim, a bolha especulativa estourou, bancos faliram, empresas e fortunas desapareceram. É claro que o mundo deu a volta por cima, mas o fato é que as tulipas subiram à cabeça dos holandeses, mostraram que são muito desejadas e igualmente poderosas.

Outro encontro importante das flores com a história aconteceu em Portugal, em 1974. A Europa vivia o final da libertação nazista, o que incentivou determinados militares portugueses a invadiram as cidades lusitanas para por fim a ditadura Salazarista, que arrasava o país há 48 anos.

rev Com a tomada dos militares, Portugal amanheceu em festa. O povo entusiasmado saiu às ruas, subiu aos tanques para cumprimentar os soldados que levavam milhares de cravos vermelhos nas pontas dos seus fuzis. Naquele momento ocorria a Revolução dos Cravos, sem que fosse necessário o derramamento de sangue ou o uso de armas, pois estas estavam enfeitadas por flores!

Não poderia deixar de citar que todos os dias vemos a natureza interferir nas histórias das pessoas comuns, através de flores acompanhados de “eu te amo”, “desculpa”, “sinto sua falta”, “gosto de você”…enfim, uma infinidade de maneiras que nós temos de dizer o quanto certas pessoas são especiais e queridas.

Um grande beijo e um ótimo ano!

Alice Maria

 

 

 

 

Revolução dos Cravos, que segundo Chico Buarque:

“Foi bonita a festa, pá fiquei contente 'inda guardo renitente,

um velho cravo para mim...”.

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